INTRODUÇÃO

O propósito é fazer uma exposição sobre o serviço sacerdotal que foi instruído divinamente por Deus a Moisés. Durante a peregrinação de quarenta anos no deserto, depois que o Senhor livrou o seu povo da terra do Egito.

Observaremos as funções e obrigações que foram designados para Arão e os seus filhos, a diferença entre o sumo sacerdote e sacerdote e as suas vestimentas.

Entenderemos a importância que este serviço representou para a nação de Israel e o valor instrutivo para a Igreja.

As Funções e Obrigações do Sacerdotes

O Senhor Deus tinha um propósito de uma nação santa (Êx 19.6). Para que com isso, houvesse um culto de adoração eficaz. Deus designou Arão para que servisse como sumo sacerdote durante as peregrinações de Israel pelo deserto, sendo assessorado por seus quatros filhos: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Depois da saída do Egito, os primogênitos de Israel pertenciam ao Senhor. Os levitas foram escolhidos pelo Senhor para substituírem os filhos mais velhos. Sendo assim ajudavam aos sacerdotes em suas ministrações (Nm 3.5-13; 8.17).

As funções dos sacerdotes eram variadas e foram responsáveis de serem mediadores entre Deus e o homem. Através das oferendas prescritas, eles lideravam o povo na obtenção da expiação pelos pecados (Êx 28.1-43 e Lv 16.1-34). A transmissão da vontade Divina por meio da consulta do Urim e do Tumim (Êx 29.10, Nm 16.40 e Ed 2.63), relativa ao povo era uma obrigação soleníssima (Nm 27.21 e Dt 33.8). A instrução aos leigos porque eram guardiões da lei. O cuidado e administração do tabernáculo também estavam dentro de sua jurisdição.

Diariamente havia outras obrigações que eram: oferecer oferta ao Senhor duas vezes por dia(Êx 29.38-42). Queimar incenso no altar (Êx 30.7-8), para que o fogo não apagasse. Substituição dos pães proposição (Êx 26.30 e Lv 24.5-9). Manter sempre acessa o candeeiro de ouro (Menorah)(Lv 24.3-4), as ordenanças diárias dos holocaustos e ofertas pelo o povo que traziam.

Era também uma obrigação dos sacerdotes terem uma vida santa. Existiam pré-requisitos para o serviço do templo (Lv 21.1 – 22.10). Exigia uma conduta exemplar, os sacerdotes estavam sob a obrigação de exercerem cuidados especiais nas questões matrimoniais e na disciplina doméstica. Apesar de que os defeitos físicos barravam permanentemente do serviço sacerdotal. A impureza cerimonial resultada da lepra, de algum fluxo do interior do corpo ou contatos proibidos desqualificava temporariamente de toda ministração. Os costumes pagãos, a profanação das coisas santas e a polução – essas coisas tinham de serem evitados pêlos sacerdotes o tempo todo. No caso do sumo sacerdote, as restrições ainda eram mais severas (Lv 21.1-15).

Diferença do Sacerdote e do Sumo Sacerdote

O sumo sacerdote era que tinha o privilégio de ser a pessoa que dirigia o culto que se estabeleceu com a revelação do Sinai. Os sacerdotes eram seus assessores na ministração. Havia diferenciação nas vestimentas e na consagração do sacerdócio. O sumo sacerdote era diferenciado dos outros pela expressão “ungido” (Lv 4.3,5,16; 21.10). Também havia distinção no modo da unção deles; estava na quantidade de óleo derramado. Ou seja, era mais abundante na cabeça do sumo sacerdote em que era derramado e aspergido sobre a cabeça do sacerdote. O sumo sacerdote tinha peças adicionais que eram: sobrepeliz, uma estola, um peitoral e uma mitra especial (Êx 28.4-39).

O sumo sacerdote entrava uma vez por ano no dia da expiação no Santo dos Santos para fazer sacrifício dos pecados pela a nação (Lv 16. 1-14), sendo mais uma diferença entre o sacerdote. Sendo também o sumo sacerdote que lançava a sorte pelo Urim e Tumim para entender qual era vontade divina de Deus em situações difíceis.

A Vestimenta do Sacerdote

A instrução de Deus para fabricação de vestes para Arão e seus filhos, para representar simbolicamente santidade e sendo indicado por beleza e dignidade. Foram fabricados com melhores matérias e com perícia.

O sacerdote usava uma túnica, um cinto, uma capa e calções – tudo feito de linho fino (Êx 28.40-43 e 39.27-29). A túnica era uma peça longa, branca e sem costura, com mangas que quase atingiam os pés. O cinto, embora em parte alguma tenha sido descrito em particular, era usado por cima da túnica. De acordo com Êx 39.39, fios azuis, púrpura e escarlate eram bordados no linho branco do cinto com uma agulha, correspondendo aos materiais e às cores usados no véu e nas cortinas do tabernáculo. A mitra do sacerdote era um boné simples e bem ajustado. Por baixo da túnica, ele devia ser usar calções de linho, sempre que penetrasse no santuário (Êx 28.42).

O sumo sacerdote tinha quatro peças adicionais que eram: sobrepeliz, uma estola, um peitoral e uma mitra especial (Êx 28.4-39). A sobrepeliz que descia do pescoço até abaixo dos joelhos era de cor azul era muito simples. Exceto que na sua fímbria eram alternadas romãs e campainhas, que ali foram fixadas. As romãs – nas cores azul, púrpura e escarlate – tinham propósitos ornamentais. As campainhas feitas de ouro, tinham por finalidade transmitir à congregação, que esperava todo movimento do sumo sacerdote, quando ele adentrasse o Santo dos Santos no Dia da Expiação.

A estola era constituída de duas peças de linha feitas com ouro, azul, púrpura e escarlate e juntas nos ombros com tiras. Na altura dos quadris havia uma peça que se estendia na forma de cinta e que sustentava as duas peças da estola no seu lugar. Sobre cada ombro do conjunto da estola do sumo sacerdote havia pedra preciosa onde tinham sido gravados os nomes das tribos. Duas fileiras de seis pedras de cada lado na ordem de nascimento. Com isso, o sumo sacerdote representava a nação inteira de Israel, no ministério de mediação. Adornando a estola havia duas pequenas correntes de ouro puro.

O peitoral, uma algibeira com 0,22 cm em quadrado, era peça mais luxuosa, magnificente e misteriosa do vestuário do sumo sacerdote. Correntes de ouro puro vinculavam as tiras do ombro da estola. A porção inferior era firmada a cinta com um laço azul. Doze pedras gravadas com os nomes das tribos estavam montadas em ouro, no peitoral, servindo de lembrete visível de que o sumo sacerdote representava a nação diante de Deus. O Urim e o Tumim, designativos esses que significam “Luzes” e “perfeições”, estavam postos na algibeira do peitoral (Êx 28.30 e Lv 8.8).

A mitra ou turbante do sumo sacerdote cobria a testa e firmada a mitra havia uma placa de ouro puro, onde estavam inscritas as palavras “Santidade ao Senhor”. Isso servia de memorial constante de que a santidade é a própria essência da natureza de Deus. Mediante as provisões expiatórias o sumo sacerdote apresentava seu povo consagrado a Deus. A vestimenta do sumo e os sacerdotes representavam também a beleza da adoração, com a mescla de suas vestimentas coloridas com o santuário.

A significação da peça do sumo sacerdote comparando com a pessoa de Cristo são:

Peitoral (Racional do Juízo) – O peitoral fala do caráter de Cristo.

Éfode (Coberta) – Fala da obra mediadora de Cristo. Era vestimenta externa usada pelo sacerdote.

Manto do Éfode – Fala da origem celestial de Jesus.

Túnica – Fala da obra redentora perfeita de Cristo.

Mitra – Fala da santidade ao Senhor e da santidade a Ele devido.

CONCLUSÃO

O serviço sacerdotal foi sombra daquilo que Deus tinha para revelar através da pessoa de Jesus a humanidade (Cl 3.17 conforme Hb 8.5). O perdão dos nossos pecados pelo sangue do cordeiro (Jo 1.29 conforme H 9.22), a mediação de Jesus como homem diante de Deus (I Tm 2.5-6 conforme Hb 2.17-18). A restauração da comunhão com Deus nos torna sacerdotes diante Dele (Ap 1.6 conforme I Pedro 2.9-10). Constituição de verdadeiros adoradores para Deus (Jo 4.23-24).

O propósito do serviço sacerdotal é refletir a santidade do nosso Deus. É um povo que Ele chamou para ser como Ele é santo (I Pe 1.16). Então, a figura do sumo sacerdote e o sacerdote é a forma de apresentar as coisas celestiais (Hb 9.23), nos ensinar a sermos conforme a imagem daquele que nos criou. (Gn 1.26-27 conforme I Cor 15.45-49).

Entretanto, não foi capaz o culto sacerdotal levítico ser eficaz, a ordenança e cerimonial não foram suficientes para o fim proposto (Hb 9 e 10). Por isso foi transitório que resultou com a vinda de Jesus como ápice da revelação divina (Gl 4.4-5 conforme Jo 1.14).

Concluo que Deus é soberano e onisciente porque os seus feitos tem finalidades para expressar a grandiosidade do seu próprio Ser (Pv 16.4 conforme Ec 3.1).

Pastor Roberto Soares

Bibliografia

PIXLEY, George V. Êxodo, São Paulo, Edições Paulinas, 1987.

SHCULTZ, Samuel J.A História de Israel – No antigo Testamento, São Paulo, Vida Nova, 1995.

WENHAM, Gordon J. Número, São Paulo, Vida Nova e Mundo Cristão, 1991.

Bíblia de Estudo Almeida, Barueri- SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Bíblia com ajudas adicionais, Rio Janeiro, Alfalit Brasil, , 1998

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