A humanidade durante os séculos sofreu grandes transformações, que resultaram em mudanças expressivas na nossa sociedade. Foram evoluções, modernidade, liberalidade, alterações de hábitos, costumes e pensamentos, os quais marcaram períodos da história do mundo. Com efeito, o desenvolvimento foi aceito naturalmente, não houve nenhum questionamento e nem oposição a essas alterações. Logo, começamos a entender que sempre estamos prontos a receber, interagir a tudo que é de novo e adequar à proposta sugerida.

Estamos em pleno século 21, o mundo vive numa expectativa de soluções dos problemas, ainda espera grandes fatos que conduzirão a harmonia, a paz e a perfeição nesta terra. Em virtude disso, na ótica que tem o mundo, faz acreditar em uma razão e conhecimento limitado do homem para alcançar tais conquistas. Do outro lado, uma perspectiva intuitiva para um destino melhor ou então um caos absoluto. O que vem acontecendo, podemos classificar como o fenômeno do Secularismo. Ou seja, o sistema de um tempo ou momento que influencia o pensamento, as atitudes e as vidas das pessoas.

A igreja do Senhor Jesus Cristo se encontra inserida dentro deste contexto. É necessário haver uma preocupação com os rumos que a Igreja atual do Altíssimo pode tomar. Pois, o secularismo não deve exercer domínio sobre a vida do cristão. Então, o que devemos fazer? É sermos suprimidos e secularizar o corpo do Messias? Claro que não. Por quê? Devemos acatar firmemente a exortação do apóstolo Paulo que disse: E não conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Rms 12.2).

Atualmente é notório que as pessoas estão à procura da autoajuda e suprir as necessidades físicas. O local que apresenta as respostas para tais demandas humanas fluirão multidões sedentas e desesperadas para alcançar o êxito esperado. Esses sintomas transformam a mensagem do reino de Deus conforme o homem queira e não o que o Criador propôs. A forma do secularismo tem entrado nas congregações, a fim de que satisfaçam a alma do ser humano. O conceito de alma na língua hebraica: [Nefesh] é a personalidade, a vida, o indivíduo, vontade, emoção, intelecto e sentimento. Verificamos que o ser humano passou para o centro da realização do culto divino, substituindo ao nosso Senhor Jesus. As músicas que são entoadas falam mais da condição do homem, dos seus problemas, dos seus sentimentos e das suas vontades. As pregações são direcionadas para o enriquecimento e motivação pessoal. Além disso, produz dentro do coração do indivíduo o desejo de vencer e ser melhor. Entretanto, quando não consegue, se sente frustrado e derrotado.

É uma farsa, porquanto as escrituras não dão respaldo para sustentar tais dogmas. O Senhor Jesus nos ensinou: Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”(Mt 6.19-21).

Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.”(I Co 3.11-15)

Fica evidente que não podemos pautar a nossa existência nas riquezas e tampouco nas soluções dos nossos problemas. Se alguém vai para Igreja do Senhor Jesus somente para que receba bênçãos como: conseguir emprego, o familiar ser liberto do vício, curar a enfermidade, ganhar uma casa, carro, sarar a depressão, a angústia, o desespero, o fracasso, expulsar espíritos malignos, tentar destruir a inveja e etc. Não querendo compromisso real com Jesus Cristo, não compreendendo a grandiosidade do amor que foi doado e o relacionamento de aproximação. O ser humano estará sendo enganado e o seu fundamento não será Jesus. Pois, haverá um julgamento que é por fogo, o qual vai depurar e retirar toda impureza da Igreja dos Santos em Cristo como descrito acima. Todas as pessoas vão comparecer no tribunal do Senhor Jesus, assim será visto a intenção dos corações de cada um e serão retribuídos de acordo com as suas obras (II Co 5.10).

Pelo fato, que a nossa prioridade é a riqueza no céu e também a nossa vida como discípulo de Cristo. Através da renúncia, da humildade, da bondade, do amor, da unidade entre a irmandade e da fé. De modo que o evangelho de Deus não poderá se tornar conforme os padrões neste século. Pois, conformar significa fazer como a forma. Portanto, o molde do mundo é terrível e abominável. A igreja quando se seculariza entra em um padrão humano, algumas características são notadas:

  • Individualismo – a pessoa quer apenas para si mesmo, vai ali para uma competição que precisa vencer.
  • Egocentrismo – estar naquele lugar com a intenção que seja um pequeno deus, todas as coisas precisa ser para ela.
  • Descompromisso – a sua vida não tem nenhuma ligação em realizar nada para satisfazer a Deus. A exigência feita dentro do templo acata apenas por interesse naquilo que quer receber do Eterno.
  • Padrão desordenado – isto é: a postura, os hábitos, as ações são contrárias o exemplo e ensinamento do Senhor Jesus.
  • Hipocrisia – existe uma face dentro da congregação como santo participante, pois lá fora demonstra o seu verdadeiro rosto, um perdido pecador.
  • Religiosidade legalista – vive debaixo de um sistema opressivo, que submete aos ensinos humanos que não levam para o relacionamento com Deus. As características principais: o medo de ir para o inferno, o líder dominador, os ensinos que escravizam e criam sofrimentos e pesos sobre a pessoa.

O padrão de Deus é diferente do qual queremos, a vontade divina é perfeita, precisamos experimentá-la. Não adianta pensar que o ser humano poderá questionar a soberania de Deus e mudar a forma para aproximar do céu. Então, grandes males acompanham a igreja desde a subida do Senhor Jesus para a destra de Deus (Mc 16.19) e seus apóstolos no primeiro século.

O que devemos fazer diante dessa realidade que estamos vivendo? A resposta é voltarmos para as escrituras e retirarmos todas as coisas que vieram tirar a originalidade da nossa fé. Então, precisamos restaurar o propósito divino, olharmos para aquilo que foi deixado nas escrituras pelo Senhor Jesus e os apóstolos do primeiro século. A Bíblia nos ensina o seguinte: Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado aos Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”(Ef 2.19-22).

A igreja apostólica é aquela que o Senhor Jesus deixou como exemplo, a qual evidenciava amor, unidade, poder, abdicação, ensino e fé. Não é uma igreja primitiva, mas o padrão que agrada a Deus, para a extensão do reino dos céus na terra. Logo, não será uma igreja em desenvolvimento, antiquada, apenas para uma época determinada. O preceito, o mandamento, a escritura são atemporal e acultural. Em outras palavras, não existe tempo e nem um sistema de um país que fala das suas tradições e raízes para levar a Cristo. O padrão é para agora, a cultura bíblica é para os tempos atuais. Se dissermos: a igreja do século 21 é a certa, portanto devemos concordar com as mudanças. Estaremos a tomar uma posição de criadores e ainda estaremos afrontando o Altíssimo. Verificamos uma Igreja descaracterizada no intento divino, o qual foi retirado o local para a glória de Deus habitar, satisfazer plenamente e governar absolutamente. Vivemos de deslumbres da manifestação de Deus e na falta da totalidade do seu poder na Igreja.

Vamos começar a orar e voltarmos aos olhos para as escrituras e ao padrão divino, lembrando-se das palavras do Eterno para Moisés: Os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte”(Hb 8.5). Isto é o padrão que foi mostrado para Moisés, da mesma forma foi revelado pelo Senhor Jesus aos seus apóstolos.

Pastor Roberto Soares

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